Décimo Magno Ausônio é um poeta do séc. IV que experimenta um conjunto de produções de variados gêneros e estilos, entre epístolas, écoglas, centão e outros jogos poéticos do tipo experimental, composições de inspiração em inscrições funerárias, epigramas, entre outras formas, em sua longa carreira literária. Nesse conjunto de sua obra, destacam-se os Epigramas, um agrupamento de 121 composições (seguindo a proposta de edição de Roger Green, 1991), de influência mais fortemente observável em relação aos epigramatistas gregos do que a Marcial. Desses epigramas, na edição “A gramática de Ausônio”, o professor José Amarante se centra em quase duas dezenas de composições em que o poeta bordelês apresenta algum tipo de jogo linguístico ou gramatical que enclausura o dito original na língua/cultura em que foi escrito. Então, o volume procura destacar algumas construções em que certos lusus linguae convocam o tradutor a recriar, recompondo os jogos ao modo de um avesso perfeito de um bordado, no sentido de que é condicionado pelo dito original, mas necessita seguir tramas paralelas, motivadas obrigatoriamente pelo original.
A gramática de Ausônio: lusus linguae e recriação de poesia
15 x 21